É da vida, isso?

Vagabundo morreu, parece que há 20 dias. A perda é dimensão imutável da vida? É difícil lidar com isso. E o pior é que, assim como seu Manuel - pra quem escrevi um texto e ainda não botei aqui -, eu "ia" visitá-lo, mas não cheguei a tempo. O tempo... eu sempre apanhando dele. Parece que estou dormindo e não vou acordar nunca. Deve ser por isso que sonho tanto com aquela situação: eu tendo de acordar para ir a algum compromisso muito importante; já estou atrasadíssima, tento me arrumar depressa, mas meus movimentos estão slow. E como são lentos, enquanto me arrumo esqueço porque estou me preparando para sair, perco o norte e assim me atraso ainda mais. As pessoas com quem converso de uma hora pra outra mudam, já são outras. E eu lá, falando, andando, me perdendo no mei do mundo. É desesperador. Eu odeio sonhar isso, mas acontece desde muitos anos. Medo.
O que me conforta sobre o Vaga é saber que o salvei do assassinato no canil, há um ano e meio, mais ou menos. O seu uivo de gratidão foi impagável. Suely e Felipe sabem bem disso.

Bela madrugada
Céu, estrelas, pirilampos
Silêncio, nada!
(Dasso)

A canção nostálgica e bela

Ouvi Dire Straits ontem - adoro a banda e vez por outra escuto. Acontece que antes não gostava tanto de Brothers in arms, pela melancolia que me trazia. Depois de ver o clip adquiriu outro sentido: uma crítica pesada e tocante à guerra, ao combate entre soldados no que fim só são mesmo os peões do xadrez dos senhores da guerra, carne de canhão, como se diz.
Não gosto de clips, não vi muitos nesses 22 anos de vida. Mas esse é diferente. Mexeu pra caralho comigo. É aquela velha sensação de horizonte se ampliando. É bom e triste. E preocupa.
O arrannjo da música é riquíssimo, a interpretação tocante, a letra profunda e o clip acompanha isso.
Pela temática, lembrei também de Além da linha vermelha (1998, de Terrence Mallick), um dos melhores filmes que assisti no último ano.