Frankfurt, chuva (?) e 5ª série

Estudando Teoria Crítica, um trecho de A dialética do Iluminismo, de Adorno e Horkheimer. Em pleno Carnaval, sim...
Bateu um ventinho bom no meu rosto e lembrei da época em que, se o tempo estivesse bonito pra chover, eu não fazia outra coisa a não ser pensar no prazer que ia sentir quando a chuva desabasse e eu me pusesse sob as grossas gotas d’água. Por que não é mais assim? Por que passo tantos dias sem nem olhar as estrelas (quiçá contá-las e ter medo das verrugas vindouras rsrs), quanto mais pensar em chuva se não for pra achar ruim porque isso me atrasa, me molha, me dessarruma, bla, bla, bla...?
Quarta-feira encontrei um amigo antigoooooooooo – Aílson, 5ª A. Pusemo-nos a lembrar o passado. Ai que vontade de chorar! Que sufoco! E que vergonha também. É que eu lembrava de cada coisa, e ele só dizia “Ah, acho que sei quem era a Fulana” ou “Vixe! Não lembro da Édsa Mary... Tu desenterra cada uma!”. De repente percebi que já estava atrasada pro aniversário de outro amigo e não conseguia encerrar aquela conversa. É que por mais que doa lembrar essas coisas e pensar que “tem dias que a gente olha pra si e se pergunta se é mesmo aí que a gente achou que ia ser quando a gente crescer”, também é muito prazeroso. Cheguei a ir embora e voltar pra perguntar se ele lembrava de uma outra Fulana...
Aquela 5ª série. Um dos melhores anos da minha vida, com toda certeza. Tantas angústias. Me achava meio feia, tinha medo de ficar muito baixinha – como de fato fiquei. Havia coisas que me incomodam e pensava que o problema de fato era comigo, não com os estereótipos impostos a uma adolescente. Quantas vezes, já agora, uma “adulta” (será mesmo? Será isso, então, a fase adulta? Sutil e “um tapa na cara” ao mesmo tempo... estranho) pensei que daria muita coisa pra acordar e estar de novo na pele da garota de 11 anos. Nerd, "graduada", nenhum "CAD". Cheia de planos. Depois lembrei que havia dias – muitos! – em que não queria me levantar pra ir à escola, não queria fazer nada. Como a gente idealiza o passado!
Texto dedicado a duas grandes amigas que o tempo afastou – fisicamente -, mas permanecem sempre comigo, parte dessas lembranças, mas ainda algo pr’além dessas memórias. Andressa, lembro da carta que escrevi no teu aniversario de 14 anos – eu dizia que queria envelhecer e freqüentar a tua casa, chegar por lá na hora do café e conversar longamente. Paula, tu também tem um canto en mon coeur, cherrie!
Quando a amizade é grande, continua a crescer mesmo à distância. É mais ou menos assim, Shakespeare? É o que sinto.
22 de fevereiro. Caralho! Ontem foi aniversário do Ruan e eu nem lembrei! Putz

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